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Acordei e com muita dificuldade abri os olhos, minha cabeça doía muito, rezei pra que aquilo não tivesse passado de um sonho, mas não, me levantei e vi o porta retrato espatifado no chão. Fui até o banheiro, lavei o rosto e voltei pro quarto, peguei aqueles cacos de vidro e desci pra jogá-los no lixo.
-Ué filha, você não ia viajar com o Luan? Minha mãe perguntou da sala e eu passei direto sem responder sua pergunta. Joguei os vidros no lixo e voltei. -O que aconteceu?
-Eu não quero falar disso agora pode ser? Subi e me tranquei no quarto novamente e dali não sairia tão cedo. Ninguém pode entender a minha dor, eu sinto, apenas eu. Não importa se alguém já passou por isso, não é igual, eu não sou igual. Falar que vai passar é muito fácil, falar que tudo vai melhorar é muito facil… Mas como posso acreditar em algo que vi se despedaçar diante dos meus olhos? Sinceramente, acho que não estou e nem sei se estarei um dia, pronta pra falar sobre esse assunto. Bateram na porta e eu não respondi.
-Alice abre, sua mãe disse que você tá aqui. Bruna gritava do outro lado. Era só o que faltava, por mais que ela não tivesse culpa, ela me trazia lembranças dele, se bem que tudo trazia. Me levantei sem vontade, abri a porta e voltei pra cama. -O que aconteceu?
-Nada! A voz quase não saiu.
-Nada? E porque esse olhos vermelhos e inchados?
-Eu acabei de acordar.
-Chega Alice. Ela se sentou ao meu lado. -Me conta o que aconteceu, eu não aguento isso, vejo o Luan estranho, estressado e ele não quer me falar o que ouve, pergunto porque você não vai pra chácara com ele e sai cantando pneus e me deixou falando sozinha.
-Ele foi?
-Foi. E porque você não foi com ele?
-Bruna, não sou eu quem tenho que falar isso. Espera ele chegar, com certeza ele tem muito pra falar tanto pra você, como pros seus pais.
-Ah não, você tem que me contar o que tá acontecendo.
-Bruna a unica coisa que eu posso te falar é que não estamos mais juntos. As lágrimas caíram pesadas.
-O QUE? Ela levantou indignada. -Por favor Alice, me conta. Eu juro que quando ele for contar eu finjo que não sei de nada.
-Você não vai parar de insistir não é?
-Enquanto você não falar eu não saio daqui.
-Pois bem. Ela se sentou novamente. -É o seguinte. A...o seu irmão...a.
-Anda Alice, desembucha.
-Promete que não vai falar que eu contei?
-Prometo!
-A Thaissa tá esperando um filho.
-E?
-E? E que o pai é seu irmão Bruna.
-Como assim? Se levantou novamente indignada, andando de um lado pro outro. -Como você pôde cair nessa? Claro que ela disse isso pra te provocar, pra fazer inferno. Meu irmão te ama, ele não faria isso com você.
-Bruna, não foi ela quem me disse.
-Então você tá tirando conclusões precipitadas.
-Seu irmão me disse.
-O Luan? Se sentou novamente. -O que ele tem na cabeça pra fazer isso? E como ele sabe que esse filho é mesmo dele, se é que ela tá mesmo grávida.
-Ele disse que tem certeza.
-Eu não acredito. Você foi embora, voltou, ficaram juntos, se separaram, ai eu armei aquele lance, vocês voltaram de novo e agora isso? Meu irmão é mesmo um idiota. Fiquei em silêncio. Quando foi isso? Vocês estavam separados ainda, ou já tinham voltado?
-Pelo que eu entendi foi quando eu estava no Rio fazendo campanha.
-Isso tem quase um mês. Ela afirmou.
-Por ai. E nesse meio tempo, eles se encontraram num show em São Paulo, e como ele disse, aconteceu.
Ela ficou comigo mais um tempo, não sei o momento certo, mas acabei dormindo em seu colo.

*

Depois que ela saiu da minha casa, resolvi que iria mesmo assim pra chácara. Precisa pensar e lá seria ótimo pra isso, arrumei uma mochila com algumas coisas, iria hoje e voltaria amanhã mesmo. Cheguei na chácara por volta das 7 e meia da noite, fui até a cozinha, tomei um copo d'água e subi para o quarto, joguei a mochila em algum canto e me joguei na cama. Peguei meu celular pra ver se tinha sinal e na mesma hora ele tocou.
-Fala Rober.
-Tá a onde cara? Vim aqui na sua casa e você não tá.
-Tô na chácara.
-Puts! Eu tinha esquecido que você ia hoje com a Alice.
-Eu não tô com a Alice.
-E porque ela não foi? Tá pulando a cerca é macaco. Riu.
-Você não entendeu malacabado. Quando eu disse que não tô com a Alice, eu quis dizer que não não estamos mais juntos.
-Como assim cara?
-Tem como você vir pra cá?
-Já chego ai. Desligamos e nossa foto apareceu na tela. Porque eu fui fazer isso? Eu sou mesmo muito idiota. Depois de quase duas horas Rober chegou gritando. Desci e ele estava na sala com umas sacolas. -Pra que esse escândalo? Perguntei descendo.
-Sei lá, vai que você tá com uma companhia ai.
-Cala a boca. Disse me jogando no sofá. -Que que tem nessa sacola?
-Passei no mercado e comprei umas cervejinhas pra gente. Vou colocar na geladeira. Ele foi até a cozinha e logo voltou. -Agora me conta essa história de você não estar mais com a Alice. Ele se sentou.
-Sabe a Thaissa? Fui direto.
-Thaissa? Thaissa? Ele parecia pensar.
-É cara, aquela que eu namorei em Maringá.
-Ah aquela que foi no show de São Paulo.
-Ela.
-Que que tem? Ele perguntou e eu contei toda a história pra ele.
-E foi isso. Disse cabisbaixo.
-Quer saber o que eu acho? Concordei. -Que você tá fudido.
-Conta outra né. Acha que eu não sei disso? Meus pais vão me trucidar, a Dagmar e o Anderson vão me matar, eu vou ter que assumir um filho que eu não queria.
-E suas fãs.
-O que tem elas?
-Como acha que elas vão reagir? Se fosse a Alice talvez elas até aceitassem, pois já estavam acostumadas com o namoro de vocês e simpatizavam com ela. Agora com essa ai que elas nem conhecem. Vai dar ruim.
-Eu tô lascado.
-Bora beber que é o que resta. Foi pra cozinha e voltou com duas cervejas.

*

Acordei no dia seguinte com o celular tocando, atendi de pressa pensando ser ele, mais era a porra da operadora. -Droga. Joguei o aparelho em algum canto do quarto sem me preocupar se havia quebrado ou não, se bem que não seria uma má ideia me livrar dele já que foi o...ele quem me deu. É, acho que não adiantaria eu me livrar de todas as coisas que ele me deu pra ver se o esquecia, primeiro porque eu não me livraria da Tifany que também foi um presente dele e segundo porque não seria apenas as coisas materiais que traziam lembranças de nós dois. Me levantei e peguei o celular, olhei a hora e passava das 10, resolvi ligar pro Renato.
-Fala gata.
-Liguei pra passar os nomes da irmã e do cunhado da Rita.
-Tá com o namorado e pensando nos outros. Manda ai.
-Eu não tô com namorado nenhum.
-Ué, vocês não foram pra chácara?
-É uma longa história.
-Que você vai me contar em 3,2,1...
-Renato eu...Desligou. Fui pro banheiro e tomei meu banho, fui pro closet e coloquei uma roupa.

Desci e fui até a cozinha.
-Bom dia mãe. Disse tomando um copo d'água.
-Bom dia minha filha. Como você está?
-Bem. Disse indo pra sala.
-Não vai tomar café?
-Tô sem fome. Gritei do corredor. Sentei no sofá e liguei a tv, fiquei passando os canais sem saber o que queria ver. Parei em qualquer um.
-Agora me conta. Minha mãe disse se sentando ao meu lado.
-Contar o que mãe?
-Porque você está assim. Ia viajar com seu namorado e não foi mais, ontem não saiu daquele quarto, não vi você almoçando nem jantando e agora não quer tomar café?
-Pra começar ele não é mais meu namorado.
-Como assim não é mais?
-Não sendo mãe. Acabou.
-E porque?
-Porque ele vai ser pai. Disse e ela ficou muda.
-Como Alice? Você tá grávida?
-Não mãe. A mãe do filho dele não sou eu.
-Eu não acredito que ele fez isso.
-Pois é. Ele não é tão santinho quanto parece ser. Ela voltou pra cozinha indignada e logo a campainha tocou, como previa era Renato. -Entra. Disse dando as costas e me jogando no sofá.
-Pelo visto a coisa é feia. Você tá com uma cara de fossa.
-Só me abraça. Disse deixando as lagrimas caírem novamente e ele me acolheu em seus braços. -  sabe o que é você dormir pensando em alguém e acordar com esse mesmo alguém na sua cabeça? Como se já não bastasse o meu coração que acelerava só quando falava com ele, tinha que dominar também os meus pensamentos? E os meus ouvidos? Parece coligados com minha alma, todo bom som e toda boa musica, me leva a ele. E os meus olhos, estes são deslumbrados por ele, porque quando os fecho, o rosto dele é a única coisa que consigo ver, de um jeito só meu, um jeito que tive que criar na tentativa de saciar a vontade de tê-lo. Minha boca já nem mais me obedece, vive falando seu nome sem me deixar perceber. E os meus lábios? Estes vivem na espera de encontrar os dele.
-Porque isso aconteceu meu amor? Ele perguntou ainda me abraçando forte e eu contei toda a história pra ele, espero que essa tenha sido a ultima vez que eu tenha que contar isso pra alguém, não aguentaria mais falar sobre isso. Eu que achava que não conseguiria falar sobre esse assunto tão cedo, tive sair metralhando pra todos os lados. Mas foi melhor assim, assim acabava de vez com isso.
-Tem algum trabalho pra mim esses dias? Eu preciso ocupar minha cabeça.
-Não tem meu anjo. Você disse pra não marcar nada. Vamos dar uma volta no condomínio, assim você espairece?
-Vamos.
-Eu vou tomar água e nós já vamos. Ele disse indo pra cozinha e logo voltou.
-Vamos?
-Primeiro a senhorita vai tomar café. Que história é essa de não comer mais?
-Eu estou sem fome.
-Você? Que nunca deixou de comer nem pra participar do desfile mais importante da sua vida? Que já perdeu várias oportunidades de participar de desfiles importantíssimos por que eles exigiam que você perdesse sei lá quantos quilos? Vai passar fome por causa de homem? Por favor né Alice. Quer passar mal encima de uma passarela? Quer desmaiar no meio de uma gravação?
-Tá Renato, tá. Eu como. Disse batendo o pé feito uma criança birrenta e fui pra cozinha. Tomei meu café com os dois me olhando e depois fomos andar pelo condomínio  Paramos no parque e nos sentamos. Ficamos olhando pro lago e conversando sobre coisas aleatórias, Renato tentava me fazer rir e as vezes até conseguia. Olhei pra trás, acho que por instinto e vi "nossa" Arvore e fui até lá. Passei os dedos por nossas iniciais que ele havia gravado ali e novamente as lagrimas surgiram.
-O que foi agora meu anjo? 
-Foi ele quem fez isso, assim que começamos namorar. Fiquei ali olhando e me levantei. -Vamos embora. Eu quero sair daqui. Disse caminhando rapidamente em sua frente e ele correu me alcançando, assim que chegamos perto da minha casa, ele passou em seu carro desacelerando assim que passou do nosso lado e me olhou por cima do óculos. Desviei os olhos e fui pra casa.-Eu preciso sair daqui, não vou suportar ter que ficar cruzando com ele e muito menos com ela aqui pelo condomínio.
-Tá querendo se mudar?
-Não sei Renato, eu só não quero mais ficar aqui. Eu preciso fazer alguma coisa. Falava repetidamente, andando de um lado pro outro. -Já sei. 
-O que foi?
-O teste.
-Que teste?
-Pra malhação, Eles ainda estão fazendo?
-Estão! Essa é a ultima semana, eles precisam fechar o elenco pra começar as gravações.
-Então é isso, nós vamos pro Rio amanhã e eu vou dar o melhor de mi pra passar nesse teste.


Opiniões diversas aqui heim kkkkk. Tá vendo, quando vcs querem aparece cometário até da china kkkkk. Podia continuar assim né? Avisando aqui que amanhã e sábado não vou postar pq vai ter churras aqui em casa pra comemorar o niver da minha pequena que foi segunda ai tenho que organizar as coisas aqui, se eu não enfiar o pé na jaca e acordar "bem" no domingo eu posto. Vcs estão me odiando? Pois a tendencia é piorar. Falo mais nada por hoje.