61

-Luaaaaaaaaaaaaaaaan! Gritei mais uma vez e vi a porta sendo aberta com tudo.
-O que foi? Ele parecia apavorado. Me levantei com dificuldade.
-Tem alguém lá fora.
-Lá fora? Riu. Para de neura Alice, não tem ninguém.
-Eu ouvi barulhos.
-É a chuva.
-Vai lá ver se tem alguém, um bicho, sei lá.
-Bicho?
-Uma onça quem sabe? Gargalhou.
-Não tem ninguém lá fora, muito menos uma onça tá?
-Como pode ter certeza?
-Não tenho oras. Quer que eu fique aqui com você? Quer ir pro meu quarto? Falou naturalmente.
-Nã...não! Claro que não.
-Então, boa noite e até amanhã. Ele saiu e fechou a porta. Me atrevi abrir a janela e dar uma olhada lá fora, estava muito escuro e não se via nada. Fechei a janela outra vez pois a chuva estava forte. Fui no banheiro e depois voltei pra cama. Quer que eu fique aqui com você? Quer ir pro meu quarto? Como ele conseguia ser tão inocente assim? Ou será que não tinha tanta Inocência assim em seu pedido? Apesar do medo, consegui pegar no sono. No dia seguinte acordei não sei que  horas, pra falar a verdade estava odiando a ideia de estar perdida no tempo, não gostava de ficar sem saber as horas. Me levantei e notei que meu pé não doeu tanto quando o apoiei no chão. Agradeci a Deus por isso e fui tomar um banho.

Vasculhei na mochila e achei uma bolsinha de maquiagens, passei só um gloss e uma base no rosto pra disfarçar as olheiras, fiz um rabo de cavalo, arrumei a cama e desci. Fui até a cozinha, vasculhei as coisas e preparei nosso café. Pães, queijo, suco. leite, frutas. Coloquei tudo na mesa e fui chamar o Luan, ia entrar direto mas decidi bater na porta. Bati duas vezes e ele abriu, enrolado na toalha. Meus Deus! Que visão do paraíso. Uma gota d'água escorria pelo seu abdome e eu a segui com os olhos.
-Que foi? Ele perguntou me trazendo a terra outra vez. Sacudi a cabeça pra afastar os penamentos.
-Isso é jeito de atender a porta garoto?
-Desculpa! Acabei de sair do banho.
-O café tá mesa.
-Vou me vestir e já desço.
-Vai logo que não sou obrigada! Disse e ele foi pro banheiro. Respirei fundo diversas vezes pra me recuperar depois daquela visão esplendorosa e desci. Fiquei esperando ele na cozinha e depois de alguns minutos ele desceu. Lindo. 
-Agora sim. Ele se sentou. -Bom dia.
-Bom dia. Começamos nos servir
-Fez tudo sozinha?
-Que eu saiba não tem mais ninguém aqui além da gente.
-Não conhecia esse mal humor matinal. Olhei ele séria e não disse nada. -Melhorou o pé?
-Graças a Deus. Dói só um pouco agora.
-Vai passar. Pelo menos agora a gente pode dar umas voltas por ai.
-Não sei se quero.
-Porque não?
-Não sei ué.
-Ixi que tá de TPM.
-Não tô. Fiz careta.
-E a onça? gargalhou.
-Idiota. Podia ser não podia?
-Sei lá. Mais que foi engraçado foi.
-Eu não vi graça.
Terminamos de tomar café e ele ia saindo. O chamei.
-Que foi? Olhou pra trás.
-A louça é com você.
-Porque? Arregalou os olhos.
-Não quer que eu faça tudo sozinha né? Já que eu vou ter que cozinhar pra você esses 10 dias, você fica encarregado da louça.
-Toda?
-Café, almoço e janta. Disse saindo.
-Porra viu. Ele voltou reclamando e eu abri a porta que dava pra área da piscina. Que era linda por sinal, mais como estava um pouco frio, não ia rolar entrar. Fiquei sentada ali, olhando aquela vista linda por um tempo, pensando em coisas aleatórias até ser interrompida por ele se sentando ao meu lado.
-Lindo aqui né?
-Muito! Não sabe mesmo de quem é?
-Não faço ideia.
-Como será que a Bruna arquitetou esse plano?
-Ela é mais esperta do que parece.
-Você não tem show esses dias?
-Não! Estou de folga. Ia até pra chácara com meus pais.
-Mas os planos mudaram não foi?
-Acho que prefiro assim. Sorriu me olhando e eu desviei os olhos dos dele.

...

Era mais ou menos cinco da tarde, já havíamos lanchado e enquanto Luan arrumava as coisas na cozinha, como combinado, eu cozinhava e ele arrumava. Fui explorar os outros cômodos da casa. Até agora só tinha ido na sala, na cozinha, no meu quarto e no quarto onde Luan dormia. No andar de cima tinha mais três portasque ainda não tinha entrado, abri a primeira e era um quarto  como o do Luan, o que eu estava era o único que tinha banheiro e cama de casal, no caso uma suite, a segunda porta era um banheiro e a ultima uma especie de escritório, biblioteca, sei lá. Entrei e fiquei olhando as coisas, parece que alguém havia feito faxina a pouco tempo, pois estava tudo arrumado, com cheirinho de limpeza e sem poeira. Sei que não era certo, mas estava curiosa, abri algumas gavetas e só tinha papéis, achei uns livros interessantes e os deixei na mesa, iria levar pro quarto pra ler, já que não tinha nada pra fazer aqui. Abri uma das diversas portas da enorme estante e achei algo que poderia nos distrair um pouco. Um dominó e um baralho. Os peguei junto com os livros e fui pro quarto. Deixei os livros lá e desci com os jogos.
-Olha o que eu achei. Disse entrando na cozinha e Luan deu um pulo.
-Nossa! Me mata. Levou a mão ao peito.
-Desculpa. Ri. Tava aprontando o que? Perguntei e ele escondeu algo atrás de seu corpo.
-Na-nada ué. O que foi que você achou?
-Um dominó e um baralho. Sabe jogar? Me sentei.
-Claro ué. Mas...agora?
-É! Porque?
-Na-nada.
-Fala logo o que você tá escondendo?
-Você não vai sair agora né?
-Não!  Ele então tirou uma lata de brigadeiro de trás do corpo.
-Não? Ri. Não acredito que você ia comer isso sozinho?
-Pretendia. Sorriu sapeca.
-Que coisa feia, escondendo doce dos outros.
-É que eu sei que você é doida por chocolate e que quando tá...
-Jura que você ia querer mesmo ficar aqui comigo de TPM, sem chocolate?
-Não! nem a pau. Você ia acabar me matando.
-Então me dá um pouco.
-Você não tá de TPM.
-Como sabe?
-Não sei ué.
-Então me dá. Tem mais onde você pegou esse ai?
-Não! Riu.
-Seu gordo. Vai querer jogar ou não?
-Vou! Mais não sou gordo. Se sentou. Peguei a latinha de brigadeiro.
-Vamos jogar valendo o que? Perguntei inocente.
-Peças de roupas. Me olhou safado.
-Ok.
-Ok? Se espantou.
-Se você perder vai ter que vestir uma calcinha minha.
-Nem a pau. Gargalhou.
-Fica com gracinha pro meu lado que você vai ver.
-Já sei.
-Fala. Mais sem gracinha.
-Se você perder vai ter que tomar uma garrafa de coca. Todinha.
-Eu odeio coca Luan.
-Eu sei. Riu.
-Ah é? Se você perder vai ter que comer uma panela de carne moída.
-Não tem carne moída.
-Feita não. Mais eu faço rapidinho.
-Ah não cara, outra coisa vai?
-Não. Falei firme.
-Tá bom! Eu sei que vou ganhar. Se gabou.
-Vamos jogar qual?
-Baralho.
Começamos jogar e seriam 10 partidas. Luan começou ganhando e assim foram nas outras duas rodadas. Ele ria satisfeito e eu estava ficando nervosa, sempre fui boa no baralho, mais parece que ele era melhor. Ganhei uma, duas, três. Ele ganhou mais uma e o resto eu ganhei.
-Há! Gritei depois de ganhar a ultima partida.
-Ah não cara. Você roubou.
-Roubei o que Luan? Aceita que dói mesmo vai. Me levantei e fui até a geladeira.
-O que vai fazer?
-Seu jantar. Peguei a vasilha com a carne moída.
-Por favor. Não. Fez uma carinha fofa mais eu não cairia naquele joguinho dele.
-Perdeu Luan. Eu sei que você não aliviaria pro meu lado se eu tivesse perdido.
-Quando eu sair daqui vou falar pras negas que você me torturou.
-Fale o que quiser. Perdeu agora guenta. Comecei prepara a carne e ele olhava fazendo cara de nojo. Depois de pronta coloquei numa outra vasilha e coloquei em sua frente. -Para vai. Tá uma delicia.
-Então come você.
-Não! Aposta é aposta.
-Tá. Se eu passar mal você cuida de mim? Fez aquela carinha fofa outra vez.
-Você não vai passar mal coisa nenhuma. Come.
-Só uma colherada?
-Tudo Luan.
-Tudo?
-Você não ia me fazer tomar uma garrafa de coca?
-Coca é uma delicia.
-Eu não gosto. Agora come.
Ele começou comer, fazendo uma careta muito engraçada, toda garfada que dava fazia que ia vomitar e eu ria da cara dele.
-Terminei. Disse dando a ultima garfada.
-Viu? Não foi tá ruim assim.
-Foi horrível. Tô de mal de você. Disse se levantando.
-Onde vai?
-Escovar os dentes. Saiu da cozinha e eu fui jantar.

...

Já tinha 5 dias que estávamos naquele lugar e havíamos feito muita coisa bacana, Luan não quis mais brincar de nada valendo, ficou traumatizado, tadinho. Ele havia me convidado pra dar uma volta aos redores daquele lugar.
-Pra que quer dar uma volta Luan?
-O dia está lindo. Os outros foram todos com chuva e hoje o sol raiava fortemente. -Quem sabe a gente acha uma cachoeira?
-Duvido muito que tenha.
-Não custa procurar, custa?
-Não.
-Então bora. coloca um biquíni ai e vamos. Disse saindo do quarto. Procurei na mala pra ver se tinha um biquíni e encontrei, vesti e coloquei um short jeans e uma camisetinha básica por cima.
-Vamos. Disse descendo. Ele estava jogado no sofá.
-Bora. Saímos da casa sem rumo, Luan levava uma cesta com algumas coisas dentro, já tínhamos andado uns 25 minutos até ouvirmos barulho de agua.
-Eu disse que tinha uma cachoeira por aqui. Sorriu vitorioso. Caminhamos até perto da água e escorreguei nas pedras lisas.
-Segura muié. Luan me segurou e ria da minha cara de susto.
-Obrigada! Agradeci e me afastei. Estava perto. Muito perto dele e isso não era bom. Era ótimo.
-Eu vou entrar. Ele disse já tirando a camiseta e logo ia começar tirar a bermuda.
-Luaaan. Gritei.
-O que? Me olhou. -Não quer que eu entre de roupa quer? Terminou de tirar e eu paralisei olhando aquela visão do paraíso. Ele usava uma sunga azul marinho. Senhor. -Não vai entrar?
-Vou. Tirei a roupa ficando só com biquíni e entrei.
Passamos a tarde inteira ali, até que estávamos nos dando bem, não tínhamos brigado mais, a não ser quando ele vinha com as tipicas gracinhas dele. Brincamos um tempão na agua, lanchamos e antes que anoitecesse, voltamos pra casa. Subimos pros nossos quartos e fomos tomar um banho.

...

Estava perdida nas contas dos dias, mas se não me engano hoje era quarta feira. Faltava apenas 2 dias pra minha festa. Já devia ser umas 7 da noite, Luan tinha dormido depois do lanche e não tinha acordado ainda. Procurei no freezer e achei uma pizza daquelas congeladas. Coloquei pra assar e fui acordar o Luan pra ele acender a lareira. Estava frio novamente e seria aconchegante jantar frente a ela.  Bati na porta e ele me mandou entrar.
-Pensei que estivesse dormindo. Disse entrando.
-Acordei faz pouco tempo. Algum problema?
-Queria te pedir uma coisa.
-Pede uai. Se sentou.
-Acende a lareira pra mim.
-Acendo. Ele se levantou e eu fechei os olhos. -Que foi sua louca? Ele ria.
-Você está vestido?
-Estou! Gargalhou e eu continuei de olhos fechados. -Pode abrir os olhos.
-Posso mesmo?
-Anda menina.  Abri aos poucos e ele estava de bermuda.
-Ufa!
-Nossa! Tudo isso é alivio por me ver de roupa?
-É que eu sei da sua mania de dormir só de cueca ai...
-Boba! Colocou a camiseta e descemos. -Nossa! Que cheirinho bom.
-Pizza!
-Onde achou pizza? Ele começava fuçar na lareira pra acender.
-No freezer oras.
-Não tinha visto.
-Eu vou lá ver como está. Me levantei e fui pra cozinha. Fiz um suco, peguei os pratos, copos e talheres e levei pra mesinha da sala. -Tá difícil ai?
-Não! Tá quase. Sorriu e eu voltei pra cozinha. Passou um tempo e a pizza ficou pronta. Coloquei numa outra forma, peguei a jarra de suco e levei tudo pra sala. Ele já estava sentado no tapete frente a mesa.  Coloquei as coisas na mesinha e me sentei também.
-Suco? Me olhou fazendo careta.
-Eu não tomo refrigerante Luan. Me acompanha no suco vai? Fiz bico.
-Tenho uma ideia melhor. Se levantou.
-O que?
-Acho que vi uma coisa ali que combina mais com essa pizza do que um suco. Saiu da sala e logo voltou. -Tcharam! Ergueu uma garrafa de vinho.
-Não tinha visto isso. Sorri.
-Bem melhor não é? Disse abrindo a garrafa.
-Bem. Começamos comer e estava divina.
-Isso tá muito bom. Ele falava de boca cheia.
-Credo menino. Ri.
-Ah deixa de frescura. Fica ai comendo com garfo e faca. Pega o trem logo com a mão.
-Eu tenho educação.
-Eu também tenho. Só que não precisa usar toda hora precisa?
-Besta.
-Anda. Pega isso com a mão. É mais gostoso assim.
-Não.
-Anda muié. Oshi.
-Tá! Se for pra você parar de encher eu pego.
-Isso aê. Comemorou. Comi dois pedaços de pizza e teria que pedir pra Ivan triplicar minha série na academia de tanto que eu estava comendo aqui. Luan comeu uns quatro.
-Cadê sua taça?
-Não quero mais.
-O ultimo, óh tá acabando. Ele disse mostrando a garrafa e não acredito que tínhamos tomado aquela garrafa toda. O silencio tomou conta e estava ficando constrangedor. De repente ele começou a rir.
-O que foi? Perguntei e ele me olhava ainda rindo.
-Sua boca tá suja.
-Onde. Passava a mão e ele me olhava atento.
-Pera ai. Foi se aproximando. Pegou um guardanapo e se aproximou mais ainda. Limpou o canto da minha boca e ficou olhando pra mesma. Minha respiração já havia acelerado, meu coração já queria sair pela boca, minhas mãos já estavam suando. Não vou colocar a culpa no vinho porque não era culpa do vinho. Eu queria aquela proximidade, acho que é tudo o que mais queria, nunca deixaria de querer.
-Luan. Disse num sussurro.
-Xiii. Ele sussurrou também. Passou o polegar em meus lábios e eu me arrepiei com seu toque macio. -Eu guardei em mim todos os momentos, todos os sorrisos, as palavras de carinho, os olhares, os gestos simples que mudavam tudo. Eu guardei tudo em mim, na esperança de um dia reviver o que foi perdido e que me fazia tão bem. Me senti um completo idiota deixando você ir. Sussurrava com seus lábios já roçando os meus, que imploravam por um ato dele.
-Luan...Sussurrei outra vez e ele me beijou. Não lutei contra, apenas deixei meu corpo ser levado pelas mais incríveis sensações, aquelas que só ele me causava. O beijo era carinhoso. Sua mão estava aninhada em meus cabelos e a outra passeava  suavemente pelo meu corpo. Ele foi deitando nossos corpos aos poucos até minhas costas encontrar com o tapete. Continuou o beijo e suas mãos continuavam seu trajeto pelo meu corpo. Só paramos o beijo por falta de ar. Maldito ar. Ficamos nos olhando e nada era pronunciado. Ele voltou me beijar agora com mais intensidade. Suas mãos tomaram mais agilidade e me atrevi passear com as minhas por dentro de sua camisa, arranhando levemente suas costas com minhas unhas. 
-Tá ficando quente aqui. Disse num momento em que ele beijava meu pescoço. Me olhou e sussurrou.
-Então deixa pegar fogo.


Ui ui ui!!! Será que vai pegar fogo? Sei não hein. kkkkk. Cêis tão com medo dos meus planos é? Pois é pra ter mesmo muáááá! kkkkk Tô brincando gente, não é nada de mais não. SQÑ. E pra avisar, já estão prestes a acontecer. PRE-PARA. Gentemmm o seguinte. Me mandem fotos do lindão, gatão, gostosão do Rodrigo Simas. É pra web, é que minha net tá uma caquinha e não tô conseguindo procurar. me ajudem vai, podem mandando ai que eu vou salvando aqui. Ok?