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Os dias se passaram, minha mãe e Letícia estavam muito felizes por mim, Letícia até tirou cópia das minha fotos pra guardar como recordação, dizendo que no futuro ela poderia dizer que tem as primeiras fotos da famosa modelo Alice Mello. Exagero claro! Disse a ela que Luan havia me chamado pra ir ver sua apresentação e a convidei pra ir comigo. Ela disse que iria mais que sairia antes de acabar, assim eu poderia vir embora com ele. Sincera ela né? Poderia inventar algo lá na hora, mais essa é a minha amiga. Na quinta ele me viu na casa de Thaissa e pediu meu telefone, claro que eu não dei, vai que ele liga e minha mãe atende. Como eu explicaria? Laís falava pouco comigo e quando falava era coisa sem sentido algum, então eu não dava bola. Thaissa como sempre pegando no meu pé. Ainda mais depois das coisas que disse a ela no parque. Esses dias ela foi até a cozinha num momento em que minha mãe não estava, pegou um copo d'água, deu um gole e jogou o resto no chão ordenando que eu limpasse. Sem contrariar fiz o que ela mandou. Não gosto de guardar mágoas nem rancor de ninguém, mais jurei pra mim mesma que aquilo um dia teria volta. Era sábado, estava em casa testando minhas maquiagens e até que estava me saindo bem com as dicas de Letícia. Tirei tudo com o demaquilante que também compramos aquele dia no shopping e fui escolher a roupa pra ir na apresentação do Luan.

-Vai sair pirralha. Laís perguntou entrando  no quarto.

-Te interessa?

-Nossa que grossa, só fiz uma pergunta. Ela disse se jogando em sua cama.

-Você mal fala comigo e quer saber da minha vida? Me poupe.

-Quem te deu essas roupas?

-Comprei.

-Já faturando com seu trabalho? Ela ria ironicamente.

-Você sabe muito bem que ainda não fiz nenhum trabalho. Comprei com a minha pensão.

-E você acha que vai fazer algum trabalho garota? Se toca, isso é pura ilusão. E sua pensão você sabe que vai parar de receber né, já que vai se emancipar.

-Eu não me importo. Acredito no meu sonho.

-Quando tudo isso der errado não chore o leite derramado.

-Porque você é tão pessimista?

-Não sou! Só não acredito nesse trabalho tão repentino.

-Acredite se quiser. E por favor me dá licença. Disse e ela saiu do quarto, separei minha roupa e fui tomar meu banho.

Estava no quarto terminando de me arrumar quando minha mãe entrou.

-Nossa filha, você tá linda. Ela dizia me olhando

-Obrigado mãe!

-Onde você vai?

-Vou sair com a Letícia. Algum problema?

-Claro que não meu amor. Só não vá beber.

-Não vou mãe.

-A moça da agencia já ligou?

-Ainda não.

Ouvimos buzinas e ela saiu pra ver.

-Filha a Letícia chegou. Ela disse da porta do quarto.

-Já tô terminando mãe.

Terminei de me maquiar, me despedi da minha mãe e sai.

-Nossa tá linda hein! Aprendeu direitinho.

-Eu sou uma boa aluna. Disse entrando.

Letícia disse pra onde iríamos e Rodolfo deu partida. Chegamos no tal barzinho que sinceramente dava pra ir andando pois era a uns 10 minutos da minha casa. Entramos e não estava muito cheio, nos sentamos perto do palco e esperamos. Luan entrou e estava lindo. Eu estava ansiosa, nunca tinha escutado ele cantar. Ele se apresentou ao publico e começou seu "show" . Ele cantava e eu me encantava cada vez mais por ele. Em meio a todas as pessoas que estavam ali, eu só tinha olhos pra ele, era como se só estivesse nós dois naquele lugar. Por diversas vezes nossos olhos se encontraram e ele sempre sorria ao me olhar.

-Tem talento né? Letícia comentou.

-Muito! Disse sem tirar os olhos dele e suspirando feito uma boba apaixonada. E quer saber? Eu estava mesmo, algum problema? Sim! Tem um problema, um problema com nome, sobrenome e endereço. Mais que se dane, sei que esse sentimento não é recíproco, ele nunca saberá dos meus sentimentos e eu daria um jeito de esquecer aquilo. Ele disse que cantaria a ultima musica e Letícia se levantou dizendo que ia embora. Nos despedimos e ela se foi. Continuei intacta no meu lugar e ele começou cantar.

Foi assim como brisa leve tocando meu corpo

Seu jeito de olhar me seduzindo aos poucos

Eu fui me entregando inteiro pra você

Me iludi achando que tudo fosse verdadeiro

Acordei do sonho veio o desespero

Eu te procurava e não estava aqui

Esse amor tempestade de paixão

Vento forte em meu coração

Que me arrasta pra você

Meu sonho preferido mas é proibido te amar assim

Não sei o que fazer sonhando com você

Já esqueci de mim

Eu sinto seu perfume e como de costume

acordo apavorado

Sonho com seu amor entenda por favor um cara apaixonado.

Ele cantava e não tirava os olhos de mim, cada palavra que ele cantava eu sentia que era pra mim. Doce ilusão! ele se despediu e fez sinal pra que eu fosse  até a lateral do palco e assim eu fiz.

-Gostou? Ele perguntou.

-Muito! Você tem talento.

-Valeu! Eu só vou ver umas coisas aqui e a gente já vai tá?

-Pra onde?

-Não sei! Ainda tá cedo. A gente pode dar uma volta ou eu simplesmente te deixo em casa.

-Não! A gente pode dar uma volta sim. Disse.

-Então me espera. Ele disse e saiu. Resolveu suas coisas e logo saímos dali.

-Não vai com a gente Luan? Um rapaz perguntou.

-Não cara, vou levar minha amiga em casa. Depois eu volto de táxi.

-Tudo bem então! Cuidado. O rapaz disse e entrou no carro.

-Pra onde você quer ir? Ele perguntou.

-Não sei! Disse rindo.

-Isso é ruim. Porque eu não conheço nada por aqui. Ele disse.

-Já sei! Vem. Disse pegando em sua mão. Sentir seu toque me fez arrepiar, mas dessa vez não me importei como no cinema e continuei segurando em sua mão.

-Pra onde você tá me levando? Ele perguntou quando percebeu que já havíamos passado da minha casa.

-Já estamos chegando. Disse. Caminhamos mais um pouco até chegar onde queria.

-Chegamos! Disse.

-Onde? Ele ria.

-Aqui! Apontei pro enorme prédio abandonado.

-O que é ''aqui''? Ele olhava sem entender.

-Vem! E mais uma vez sai puxando ele. Subimos a enorme escada que eu já estava acostumada subir e chegamos à cobertura.

-Nossa, mais um pouco e a gente chega no céu de tanto que subimos. Ele disse ofegante e encostado na parede.

-Mas nós estamos no céu. Olha. Olhei pra cima e ele acompanhou meu olhar.

-Nossa! Que coisa linda. Ele disse se afastando da parede e deu alguns passos olhando para o céu repleto de estrelas.

-Parece mesmo que estamos no céu né? Disse apreciando aquela linda visão.

-Acho que dá até pra tocar as estrelas.

Nos sentamos no chão e ficamos ali olhando aquela maravilha em silencio, até Luan se pronunciar.

-Eai, assinou o contrato?

-Assinei.

-E a escola que você escolheu fica aonde?

-Em Londres.

-Nossa que chiqueza. Já sabe quando vai?

-Nenhuma noticia ainda. A produtora disse que eu ainda faria uns trabalhos por aqui, mais até agora nada.

-Vai surgir alguma coisa legal, tem que ter paciência.

-E eu tenho.

-Agora que a gente tá começando se dar bem você vai embora. Ele dizia...triste? o.O

-Ainda não vou embora. Temos tempo.

-Tenho medo.

-Do que?

-Sempre que eu  acho que vou me firmar num lugar, faço amizades importantes, tenho que me mudar por conta do trabalho do meu pai e dessa vez não sou em quem vou embora.

-Minha amizade é importante pra você?

-Se não fosse eu não teria investido nela. Se não fosse eu não estaria aqui com você. Se não fosse eu não estaria com medo da sua partida.

-A gente pode aproveitar enquanto eu ainda estou aqui. Deixa pra pensar na minha partida quando for uma coisa mais concreta. Disse e não acreditei que havia dito isso.

-É bom ouvir você falando assim, depois de dizer que não queria ser minha amiga.

-Não é que eu não quisesse. Eu tinha medo de você ser como a Thaissa e se aproveitasse da situação pra me humilhar.

-Eu não faria isso.

-Hoje eu sei.

Ficamos mais um tempo em silencio olhando as estrelas até passar uma estrela cadente.

-Você viu? Ele perguntou.

-Vou fazer um pedido. Ficamos nos olhando fixamente por um tempo, intercalando os olhares entre a boca e os olhos.

-O que você pediu? Perguntei.

-Coragem! Ele respondeu. -E você?

-Deixa pra lá. Acho que não realizaria. Disse.

-Como você encontrou esse lugar? Ele pareceu mudar de assunto.

-Um dia meu pai e minha mãe estavam brigando, eu não lembro quantos anos eu tinha. Estava no meu quarto e minha irmã na sala com eles, eu pulei a janela do quarto e comecei correr sem rumo até chegar aqui.

-Seus pais ainda são casados?

-Não. Eles se separaram a uns 4 anos.

-Eu sinto muito.

-Nem precisa.

-É muito lindo esse lugar.

-Sempre que estou triste, ou quero pensar eu venho pra cá.

-E hoje você está triste?

-Não!

-E porque veio?

-Queria te mostrar. E sinta-se privilegiado porque eu nunca trouxe ninguém aqui.

-Que honra. Rimos.

-Agora me fala ai uma coisa que você queria muito.

-Ser modelo. Disse.

-Não! Não tô falando de sonhos, alguma coisa simples, algo que você gostaria de fazer mas não teve coragem ou oportunidade sei lá.

-Bom. Já sei.

-Então me fala.

-Não. Deixa pra lá. É muito besta. Disse rindo.

-Fala logo muié.

-Eu queria ser beijada na chuva.

-Nunca foi? Ele ria.

-Não! Fiz careta. -E você, o que queria?

-Nesse exato momento?

-É.

-Que chovesse. Ele me olhava fixamente.

 Ele continuava me olhando fixamente e foi se aproximando de mim. Eu não me movi, não fugiria, eu queria aquilo tanto quanto ele, mesmo que fosse errado, mesmo sem chuva. E depois de muito esperar nos beijamos de novo.


aeeee, eles se beijaram de novo *-* o próximo capitulo ta bem legal eu já li e garanto que vcs vao gostar! =D amooores comentem, assim eu acho que vcs nao gostam de mim, pq quando a Kelly posta vcs comentam, eu só to quebrando ''o galho'' dela por enquanto ok? Beijos e até amanha ;)