8

Ele encerrou o beijo com selinhos.

-Desculpa. Ele disse se afastando, eu continuei sem palavras. -Alice! Ele me chamava.

-Eu preciso entrar! Tchau Luan. Disse e corri pra dentro, fechei a porta e corri pra janela. Só deu tempo de ver ele entrando no taxi e sumir da minha vista. Caminhei até o sofá e tive a sensação de pisar em nuvens.. Que sensação estranha essa! Me sentei e levei a mão a boca, fiquei passando os dedos em meus lábios e seu gosto ainda estava ali. Doce, suave e...viciante. "Eu preciso parar de pensar nesse menino antes que seja tarde!'' ~~pensava~~ "Mais ele não sai da minha cabeça e agora isso! Não Alice você não pode, você não vai. Mais eu já estou! Será?''

-Filha? Fui tirada dos meus devaneios com minha mãe me chamando.

-Oi? Perguntei ainda confusa.

-Você demorou eu jantei sem você.

-É mãe desculpa. Acho que caminhei muito. Fui longe demais pelo visto. Disse me levantando e indo em direção ao quarto.

-Não vai jantar?

-Vou! Quer dizer, não! Perdi a fome. Boa noite. Fui para o meu quarto, tirei aquela roupa e fui pegar meu pijama. Junto das minhas coisas estava a blusa dele, a peguei e ainda tinha o seu cheiro. A coloquei de volta no lugar e vesti meu pijama, fui escovar os dentes e dormi. Acabei sonhando com ele, pela 1° vez.

-Acorda garota! Laís me sacudia.

-Puta que pariu! Não se pode mais dormir nessa casa não? Cobri minha cabeça.

-Manhê! Ela não quer ir pra escola. Ela saiu gritando.

-Afe! Hoje ainda é quinta. Reclamei me sentando na cama e vi minha mãe parada na porta.

-Pensei que iria perder o dia de entregar o trabalho. Ela disse me olhando seria.

-Já vou levantar mãe. Disse e ela saiu. Tomei meu banho, me vesti, tomei meu café e fui para a escola.

-Meu Deus! Que maquete linda. Letícia disse assim que me viu chegando.

-Perfeita né?

-Você fez isso sozinha?

-Não fui em quem fiz.

-E foi quem?

-Depois te conto.

Entramos e acabei encontrando Luan no corredor, apenas nos cumprimentamos com um "oi" e entramos nas nossas salas.

Na hora da entrega dos trabalhos a professora ia passando de mesa em mesa e dava suas notas, depois de feito isso o aluno teria que pegar sua maquete e levar até o auditório do colégio, onde elas ficariam em exposição. Depois que todos os alunos estavam na sala e a professora já havia dado todas as notas ela levantou.

-Parabéns Alice! Você foi a única que tirou nota 10. Ela disse e sorria grandemente.

-Obrigada professora. Disse também sorrindo.

Ouvi umas reclamações e claro, só podia ser Thaissa e suas amigas. As aulas se passaram e chegou a hora do intervalo, o pessoal começou sair e eu fiquei arrumando as coisas na minha mochila.

-Como você conseguiu?

-O que Thaissa? Me virei e ela estava em pé me encarando.

-Seu trabalho estava destruído, como em tão pouco tempo? Ela parecia furiosa.

-Acha mesmo que eu revelaria o meu segredo a você?. Disse e sai da sala. Encontrei Letícia no pátio e fomos nos sentar no mesmo lugar de sempre. Ela falava comigo mais eu não conseguia prestar atenção em nada que ela falava. Luan e Thaisa estavam na mesa a nossa frente e sua imagem era angelical. Não conseguia parar de olhar pra ele e lembrar do beijo da noite passada.

-Ai eu queria sua opinião. Alice? Alice? Oi? Ela balançava as mãos a minha frente.

-Ãn? Não sei amiga. Disse

-Vem cá. Que que cê tem?

-Eu? Nada.

Tá aérea, viajando ai...E não para de olhar...ela se virou...pro Luan? Ela me olhava curiosa. O que aconteceu?

-Nada! Falei.

-Alice Mello. Eu sou sua melhor amiga. Sei que está me escondendo alguma coisa. Anda, fala!

-Tá! Espera. Disse enquanto Luan e Thaissa passavam ao nosso lado. Olhei sorrindo e ele retribuiu o sorriso.

-Tá! O que foi isso? Ela perguntou intrigada.

-Eu vou falar calma. Ria.

-Então fala logo.

-Ontem eu e o Luan fomos ao cinema.

-Oi? E só agora você me conta isso?

-Desculpa amiga. Fiz careta.

-Tá! Mais me fala o que rolou.

-Bom...é...

-Alice para de enrolar.

-A gente se beijou.

-Minha nossa senhora! Ela jogou o corpo pra trás e levou as mãos a cabeça.

-Cala a boca. Disse num sussurro.

-E pelo visto foi tudo de bom né?

-Não sei.

-Como não sabe? Você tá ai, aérea, babando olhando pra ele. Capaz da Thaissa ter notado.

-Não fala isso nem brincado tá? Ela só de ver a gente conversando jogou meu trabalho na piscina não quero nem imaginar o que ela faria se descobrisse que a gente saiu.

-Jogou seu trabalho na piscina? Mais e aquela maquete perfeita que eu vi?

-Foi o Luan quem fez. Disse sorrindo.

-Olha só gente? Ela tá apaixonada. Os olhinhos chega brilha. Ela me zoava.

-Para Letícia. Fiquei séria. - Eu não tô apaixonada.

-Me diz. E o beijo?

-O que tem?

-Como o que tem? Foi bom? Foi rápido?

-Foi bom e foi rápido. Ri.

-Mais foi bom como?

-Foi bom Letícia. Não sabe como é um beijo bom?

-Faz tempo que não sei.

-Foi bom ué! Muito bom na verdade. Sorria boba.

-Alá! Tá xonada, falei.

-Letícia para com isso. Eu não tô...tô? Franzi a sobrancelha.

-Claro que tá amiga. Tá escrito ai na sua testa.

-Não! ~~passava as mãos na testa rapidamente como se limpasse algo~~ Eu não posso!

-A gente não manda no coração Alice. E parece que o seu já fez a escolha.

-Eu tô ferrada. Disse apoiando os cotovelos na mesa e levando as mãos a cabeça.

-É amiga. Você está. Ela disse rindo.

As aulas passaram normais, fui pra casa pois minha mãe estava de folga e assim que cheguei corri para o telefone, mais nada.

-Mãe tem certeza que a conta não está atrasada?

-Tenho filha! ouvi dizer que os moleques ai da rua roubaram os fios dos postes telefônicos.

-Ah! Eu não acredito. ~~Me sentei no sofá~~

-O que foi minha filha?

-A moça da produtora já deve ter encontrado alguém. Se ela queria mesmo conversar comigo sobre trabalho ela já deve ter conseguido outra pessoa por causa da minha demora. Porque mãe? Por que nada dá certo na minha vida? Porque sempre que eu penso que vou conseguir vem alguma coisa pra dar errado? ~~chorava~~ Eu já tô cansada, quer saber? Eu vou desistir. Isso é mesmo uma idiotice.

-Não fala isso minha filha. É seu sonho. Você tem que correr atrás. Seu pai já depositou sua pensão e a dona Raquel já depositou meu pagamento do mês. Amanhã a gente vai no banco e você faz suas fotos.

-Eu não sei mãe. Vai que dá mais uma coisa errada?

-Não vai dar minha filha. Deus não colocaria esse sonho no seu coração se você não fosse merecedora e se tem obstáculos é porque Deus quer que você mostre que é capaz.

-Você é a melhor mãe do mundo sabia? Disse a abraçando.

No dia seguinte ela pegou o dinheiro no banco e me entregou. No sábado fui até a agencia no centro de Maringá e esperei na recepção. A moça estava ao telefone e teria que esperar ela terminar pra poder agendar uma hora pra mim. Enquanto esperava olhava o movimento. Até aparecer uma mulher no corredor me olhando e vindo em minha direção.


Zoiuda tbm tô morrendo de saudade :D 
Bem vinda leitora nova Será que Alice está mesmo apaixonada? E quem será essa mulher?

7

Saí pra ver se achava minha mãe e lá estava ela boiando na piscina. Não, não era minha mãe era minha maquete. Mais como? Porque? Não estava entendendo e muito menos acreditando que aquilo estava acontecendo. Me virei pra voltar pra dentro da casa e lá estava. Thaissa, me olhava da porta com um imenso sorriso no rosto, como se tivesse vencido uma guerra.

-Foi você. Disse bufando.

-Eu disse pra você não se meter no meu caminho.

-O que eu te fiz hein? Porque tanto ódio de mim?

-Eu não te odeio queridinha. Não me rebaixaria a esse ponto. Só não vejo necessidade de um ser tão insignificante como você fazer parte desse mundo. Ela disse cínica.

-Eu vou...eu...

-Você? Ela me desafiava. Olhei pra ela e sai dali correndo antes que fizesse algo que pudesse prejudicar o emprego da minha mãe.

Corri pelo condomínio e parei num lago que havia ali. Já que não podia descontar minha raiva nela pelo menos iria chorar pra ver se amenizava alguma coisa. Eu tô perdida, vou perder minha bolsa, minha mãe vai ficar uma fera comigo, o que eu vou falar pra minha mãe? Ela nunca acreditaria que a Thaissa fez aquilo. Fiquei ali pensando até alguém se sentar ao meu lado.

-O que tá fazendo aqui? Olhei e era ele.

-Não chega mais perto de mim Luan. Me levantei secando as lágrimas.

-Você tá chorando? O que aconteceu?

-Não é da sua conta.

-Eu sou seu amigo Alice. Me conta o que aconteceu?

-Meu amigo Luan? Não você não é, você não pode ser meu amigo. Sua querida namoradinha acabaria com a minha vida se ela descobrisse isso.

-Você tá nervosa Alice. A Thaissa não pode fazer nada contra você.

-Não só pode como fez.

-Fez? O que ela fez? Ela te machucou? Ele me segurava pelos braços.

-Fisicamente não. Ainda chorava. -Ela já tinha me avisado que não me queria perto de você. Mais parece que não tinha sido clara o bastante. Eu duvidei dela, coisa que não deveria ter feito.

-O que a Thaissa te fez? Ela te pediu pra ficar longe de mim?

-Pediu Luan. Ela foi curta e grossa. Disse que estava de olho em mim e que era pra eu ficar longe de você.

-Ela não fez isso?

-Acredite se você quiser. E se não bastasse isso...

-O que aconteceu?

-Ela deve ter visto a gente conversando mais cedo, meu trabalho estava terminado , eu deixei ele na cozinha e fui arrumar o quarto da mãe dela, quando sai pra pegar meu trabalho e levar na casa da Letícia ele estava boiando na piscina.

-A Thaissa fez isso?

-Não Luan eu. Gritei -Claro que foi ela. Eu sou bolsista sabia? Não posso tirar uma nota baixa. Não posso perder minha bolsa. Eu estou perdida. Chorava derrotada.

-Me desculpa. Eu...

-Você? Você faz o favor de ficar bem longe de mim a partir de agora. Disse e corri pra casa de dona Raquel. Minha mãe ainda não havia voltado, fui até a piscina, peguei o que restou do meu trabalho, coloquei num saco de lixo e levei para a lixeira. Assim que entrei minha mãe entrava pela porta dos fundos.

-Mãe eu posso ir pra casa?

-O que foi filha?

-Tô com um pouco de dor de cabeça.

-Então vai meu amor. Toma um remédio e dorme um pouco. Ela disse. Peguei minhas coisas, me despedi da minha mãe e fui pra casa. Assim que cheguei me joguei no sofá. Agradeci por ainda ser cedo e Laís estar no trabalho.  Fiquei ali por horas tentando encontrar uma maneira de reverter essa situação. Não teria tempo, nem que ficasse hoje e amanhã o dia inteiro fazendo não conseguiria outra maquete daquela. O jeito era pedir pra professora me dar mais um tempo, o que seria praticamente impossível. Fiquei ali pensando e acabei cochilando. Acordei com alguém batendo na porta. Me levantei e fui abrir.

-Você? O que faz aqui? Perguntei.

-Vim te trazer isso. Luan disse me entregando uma linda maquete.

-Mais...como?

-Se eu não conseguir realizar meu sonho de ser cantor eu vou ser biólogo. Ele abriu um largo sorriso.

-Não Luan. Não quero. Dá pra sua namorada, ela também precisa do trabalho.

-Ela já tem o dela e essa é a única maneira de me desculpa. Afinal ela fez o que fez por que te viu conversando comigo não foi? Eu tenho culpa nisso tanto quanto ela.

-Luan...

-Eu passei o dia inteiro fazendo isso. Você não vai me fazer essa desfeita. Ele fez bico.

-Tudo bem eu aceito. Mais não pense que seremos amigos por isso.

-Claro que seremos. É melhor eu ir. Amanhã passo aqui pra te pegar pra gente ir ao cinema.

-Luan eu acho melhor a gente não sair juntos.

-As 7 estarei aqui. Espero que esteja pronta. Ele me deu um beijo no rosto e saiu.

Tentei contestar mais não valeria a pena, ele viria de qualquer jeito.

-Eu estou perdida. Disse olhando pra maquete. E olha. Era A MAQUETE. Eu passei mais de uma semana trabalhando na minha e essa dá de 10 a 0. Mais como ele conseguiu em tão pouco tempo? Bom melhor não tentar descobrir. A levei pro meu quarto e a guardei.

No dia seguinte depois da aula fui pra casa, disse a minha mãe que teria que estudar pra prova, assim ela me liberou de ir pra casa de dona Raquel. Não disse a Letícia que Luan havia me chamado pra sair. Depois eu falo. Fiquei em casa o dia inteiro jogada no sofá, até que me lembrei do tal cartão. Corri até a mochila e o peguei.

Milena Smith Produtora de moda.

Ali havia o endereço de um escritório aqui mesmo em Maringá e o numero de telefone.

-Será que minha hora chegou? Sorria toda boba.  O que uma produtora de moda queria comigo? Eu não acredito. Peguei o telefone pra ligar mais parece que estava mudo.

-Depois eu tento. Disse pra mim mesma. Voltei me jogar no sofá. Minha mãe chegou, disse a ela sobre a tal produtora, ela ficou super feliz por mim, foi tomar um banho e cuidar do jantar. Tomei um banho também e fui me vestir.  Bom, tentar pelo menos. Meu melhor vestido estava na casa de Letícia. Como estava muito calor decidi colocar uma bermudinha branca, blusinha de ombro caído vermelha e uma sapatilha. Arrumei o cabelo e sai do banheiro.

-Mãe vou dar uma volta. Gritei da sala.

-Não demora. Ela gritou de volta da cozinha.

-Sai e fiquei esperando Luan chegar. Preferi esperar do lado de fora, vai que ele bate na porta, minha mãe abre e se depara com o namorado de Thaissa? Nem pensar. As 7 em ponto ele chegou num taxi.

-Pontual você. Disse me levantando.

-E você parece que estava ansiosa. Já me esperando. Ele sorria grandemente.

-Nada a ver. Simplesmente não quis correr o risco da minha mãe me ver saindo com o namorado da filha da patroa dela.

-Então vamos? Ele abriu a porta do taxi pra mim.

-Não tem outro jeito né? O olhei torto e entrei.

Chegamos no shopping e fomos até a bilheteria do cinema, ele comprou os ingressos foi até mim que o aguardava mais atrás.

-Quer pipoca?

-Não obrigado.

-Certeza?

-Tenho. Disse.

-Eu quero. Ele riu e foi buscar. Assim que ele pegou fomos para a sala, o filme ainda não tinha começado, nos sentamos nos bancos mais do fundo, enquanto esperávamos o celular dele tocou  eu só ouvia suas respostas.

-Oi amor...tô em casa...vô não, tô com dor de cabeça...não precisa, eu tomei um remédio e vou dormir...até amanhã...tá beijo tchau...também. ~~Desligou~~ -Desculpa. Ele disse me olhando.

-Não foi nada. Mais é melhor você desligar, você deu sorte que o filme ainda não começou. Ri.

-É mesmo. Ele disse desligando o celular. o filme começou e era uma comédia. Riamos muito e eu estava me desconcentrando com a risada dele. Porque? O olhava encantada, Que risada mais gostosa, que sorriso mais lindo, que olhos penetrantes. Olhos? Nossa ele está me olhando. Desviei o olhar.

-O que foi? Ele perguntou baixinho.

-Nada! Disse e voltei a atenção pro filme. Como ainda não tinha jantado, a fome estava batendo, então resolvi saciá-la com um pouco da pipoca dele, assim que levei minha mão até o pote ele também o fez, fazendo com que nossas mãos se tocassem. E que toque. Senti como se tivesse levado um choque de baixa tensão, me arrepiei e rapidamente tirei a mão dali.

-Pega mais. Ele disse me oferecendo mais pipoca.

-Não, está bom. Disse. Nem a pau que eu me atreveria a colocar a mão ali de novo. O filme acabou então fomos embora. Assim que o táxi parou na porta da minha casa, desci e ele desceu logo atrás.

-Então...até qualquer dia. Disse.

-Brigado pela companhia.

-Eu vou entrar tá. Lhe dei um beijo no rosto e me virei.

-Alice espera. Ele disse e eu voltei olhar pra ele.

-O que foi? Perguntei e ele se aproximou de mim olhando nos meus olhos. Me assustei com ele me puxando pela cintura e mais ainda quando colou seus lábios nos meus. Fiquei uns segundos de olhos abertos buscando forças pra sair dali mais não encontrei então decidi me render. Fechei os olhos, passei os braços por seu pescoço e aproveitei aquele momento.

Thaissa é um pé no saco hein? E agora, será que ela vai conseguir falar com a tal produtora de moda? E esse beijo hein? Muita coisa vai acontecer a partir de agora. Aguardem!!
Desculpa de não ter avisado que a fic mudaria de blog. Foi mal. Quem quiser que eu avise qndo tiver capitulo novo é só deixar o tt.

6

Acordei com a claridade batendo no vidro do carro, me assustei pois não lembrava onde estava e me assustei mais ainda quando vi que estava deitada nos braços de Luan. Me sentei rapidamente e ele acordou.

-Bom dia! Ele disse se espreguiçando.

-Bom dia! Que horas são?

-Não sei cara. Ele pegou o celular do amigo mais estava descarregado e o dele também.

Sai do carro e a chuva havia passado. Olhei pra frente e alguém se aproximava.

-Acho que ele tá vindo. Disse entrando de novo.

-Que ótimo.

O rapaz entrou no carro.

-Nossa você demorou. Luan disse.

-O posto não era 24 horas. Fiquei esperando abrir. Vocês estão bem? Ele nos olhava.

-Estamos! Disse.

-Eu vou colocar a gasolina e nós já vamos. Ele disse e saiu.

Passou alguns minutos e ele entrou, deu partida no carro e nós seguimos, disse meu endereço pra ele e eles me deixaram na porta de casa. Desci e Luan desceu atrás.

-Obrigado pela blusa. Disse a tirando.

-Pode ficar. Ele disse.

-Não precisa. Disse a estendendo pra ele.

-Mais eu tô te dando. Ele a empurrou de novo em minha direção.

-Tá. Já vi que não dá pra discutir com você. Bom, eu vou indo. Brigado pela carona.

-Não precisa agradecer. Eu gostei muito de ter passado essa noite com você. Tá isso soou meio estranho. Ele riu. Mais enfim, foi bom te conhecer melhor. Podemos ser amigos agora?

-Luan...

-Por favor Alice. Não vou te fazer nenhum mal.

-Você pode até não fazer mais...

-Vamos tentar? Ele me olhava com a carinha de pidão.

-Tudo bem. Mais o primeiro risco que perceber eu me afasto.

-Tá certo. Então. Até amanhã na escola.

-Nem pense em falar comigo na escola. Me desesperei.

-Porque?

-Não quero que a Thaissa saiba que somos amigos.

-Mais...eu o olhei séria. -Tudo bem. Até qualquer dia então. Ele disse e me deu um beijo no rosto. E eu...estremeci? Sacudi a cabeça rapidamente e entrei. Era cedo e minha mãe e Laís ainda dormiam. Coloquei a blusa de Luan junto das minhas roupas, um dia devolveria a ela. Peguei um pijama e fui tomar um banho. O sol já raiava lá fora mais eu precisava dormir mais. Terminei meu banho e cai na cama. Acordei com Laís berrando no quarto.

-Será que não se pode dormir nessa casa? Perguntei sonolenta.

-Sua amiguinha no telefone. Ela disse e saiu.

Me espreguicei e me arrastei até a sala.

-Oi? Disse ainda com sono.

-Você está no conto errado, você é a Alice não a Bela adormecida. Ela disse rindo.

-Queria eu viver um conto de fadas. Disse sem animo.

-O que deu em você pra sair correndo da festa?

-Amanhã te conto na escola.

-Tudo bem então.

-Vou lavar sua roupa e te entrego depois tá?

-Não precisa, é sua.

-Claro que não Letícia, eu vou lavar e...

TU TU TU!!!

Ela e sua mania de desligar na minha cara. Fui até a cozinha e minha mãe estava lá.

-Bom dia mãe. Disse.

-Boa tarde filha. Ela riu. -Como foi a festa?

-Normal. Tem o que pra comer? Não comi nada lá. Disse abrindo a geladeira.

-O almoço já está pronto. Você bebeu? Ela parecia preocupada.

-Claro que não mãe. Disse fechando a geladeira e indo para as panelas.

-Então come alguma coisa e vai dormir mais um pouco. Você chegou já de manhã, pensa que eu não vi?

-A senhora sempre vê mãe. Disse me sentando para comer. Assim que terminei, lavei o prato, escovei os dentes e voltei dormir. Acordei já era noite, como estava sem sono nenhum resolvi ir cuidar do meu trabalho de biologia. Peguei os materiais e fui para a sala, já que Laís dormia, e lá fiquei até as 2 e 30 da manhã. Comi alguma coisa e fui dormir.

No dia seguinte as aulas foram normal. Amanhã (terça feira) não teria aula pois era feriado e o trabalho seria entregue na quinta, no intervalo me encontrei com Letícia e nos sentamos nas escadas.

-E ai porque saiu da festa ontem correndo? 

-O Juninho me chamou lá fora [...] -Ai eles foram me deixar em casa. Contei tudo a ela.

-Nossa você passou a noite com o Luan?

-Fala baixo. Quer que a Thaissa ouça?

-Desculpa. Mais ai, o que rolou?

-Isso que acabei de contar.

-Nenhum beijinho? Nada?

-Claro que não Letícia. Eu hein. O garoto tem namorada.

-Ah sei lá né? Ele é mó gato. Vocês estavam sozinhos num carro parado no meio da estrada. Vai que...

-Vai que nada tá. E chega antes que isso caia em ouvidos alheios.

-Não tá mais aqui quem falou.  Ficamos um tempo em silencio. -Amiga esqueci de te falar.

-O que?

-No dia da festa depois que você saiu correndo, uma mulher veio falar comigo e pediu pra te entregar um cartão.

-Mulher? Cartão? Que cartão?

-Pior que ele ficou na minha bolsa. Você vai pra Thaissa hoje?

-Não só amanhã.

-Então amanhã eu passo lá e te entrego.

-Ótimo!
 O intervalo terminou, voltamos pras nossas salas, assim que a ultima aula acabou corri pra casa pra adiantar meu trabalho. Minha mãe disse que eu poderia ficar em casa hoje e amanhã iria ajudá-la. Cheguei em casa, tomei um banho, almocei e me tranquei no quarto. Fiquei horas quebrando a cabeça naquela maquete mais parece que estava ficando boa. Coloquei ela num canto. Como amanhã não teria aula a levaria pra casa de dona Raquel, daria os toques finais e deixaria na casa de Letícia pra que ela levasse pra mim na quinta em seu carro. Pra não ter que ficar andando com esse troço pra cima e pra baixo de ônibus.

No dia seguinte foi tudo como planejei. Cheguei cedo na casa de dona Raquel com minha mãe, enquanto ela preparava e servia o café eu terminava minha maquete. Assim que terminei a coloquei num canto pra mais tarde levar na casa de Letícia. Ela já havia vindo aqui mais cedo e deixado o tal cartão. Nem me importe em olhar e o coloquei na mochila.

-Mãe o que é pra fazer? Perguntei assim que ela entrou na cozinha.

-Já terminou seu trabalho?

-Já!

-Então vai lá fora ver se te correspondência, se tiver coloca em cima da mesa da sala e vai arrumar o quarto da dona Raquel.

-Ela ainda está lá?

-Não! Saiu cedo. A Thaissa ainda tá dormindo.

-Tá! Disse e sai. 
Peguei as correspondências na caixa do correio e estava entrando quando alguém me chamou.

-Alice.

-Oi Luan. Disse o olhando.

-Eai já terminou seu trabalho?

-Como sab...Ah esquece. Disse ele riu.

-Eu ajudei a Thaissa no dela.

-Que bom né? Ri irônica. -Eu tenho que entrar. Disse me virando.

-Espera! Ele disse eu parei.

-O que foi?

-Eu queria...quer dizer eu quero...será que...

-Oxi menino fala. Me irritei.

-Nossa que brabeza. Ele riu eu fiz careta.

-Vai falar?

-Será que a gente podia ir no cinema amanhã?

-Luan é melhor não né?

-Por favor Alice?

-Não mistura as coisas tá? Eu aceitei ser sua amiga e é só isso.

-Amigos vão ao cinema juntos sabia? Ele falou com a carinha mais...fofa...Ai meu Deus.

-Tá Luan. Mais que fique bem claro que isso não vai se repetir.

-Te pego as 7.

-Tudo bem. 
Nos despedimos apenas com um tchau e entrei. Coloquei as correspondencias em cima da mesa e fui arrumar o quarto de dona Raquel. Terminei e desci pra ver se minha queria que eu fizesse mais alguma coisa. A chamei e ela não respondia, então decidi ir levar a maquete na casa de Letícia. Mais espera ai cadê minha maquete? 

E agora, cadê essa maquete? O que será que tem nesse cartão? E o que será que vai rolar nessa ida ao cinema? Aguardem. Vou dedicar ese capitulo a leitora Adrielly Alexandra, ela fez niver dia 22/06 e pediu que eu dedicasse, desculpa nega é que eu só vi a dm agora.

5

Chegamos e eu me sentia um peixe fora d'água. Aquele lugar não era pra mim. Entramos e estava tudo lindo. Juninho ao nos avistar veio ao nosso encontro sorrindo e realmente eu não posso negar. Ele é lindo!

-Oi lindas. Ele disse nos cumprimentando com um beijo no rosto.

-Oi respondemos.

-Nossa Alice você está maravilhosa. Ele disse me olhando dos pés a cabeça.

-Obrigado! E feliz aniversário.

-Vem, vamos dançar. Ele saiu me puxando não me dando tempo nem pra dizer se queria ou não . A musica era agitada então não houve contato algum. Acabou a musica e eu disse que iria beber alguma coisa. Encontrei Letícia perto do bar conversando com umas pessoas.

-Se divertindo amiga? Ela perguntou assim que parei ao seu lado.

-Ele nem me deu tempo. O que eu podia fazer? Disse rindo. Pedi um refrigerante e fiquei junto de Letícia, ela me apresentou seus amigos e ficamos conversando. Dançamos mais algumas musicas e um pouco longe de mim, percebi que uma mulher não parava de me olhar. Não dei importância e continuei dançando. As horas foram se passando, Juninho bebia demais, ele estava completando 18 anos e parece que estava muito feliz por isso. Depois de algum tempo ele me chamou pra conversar lá fora.

-Que foi? Perguntei assim que sentamos num banquinho na parte externa do salão.

-Sabia que eu nunca esqueci você. Ele dizia embolado, acho que já estava bêbado.

-Não parece! Depois daquele dia nunca mais me procurou.

-Ah linda! Nem seu telefone você me deu. Como eu ia te procurar?

-Nós estudávamos na mesma escola.

-Mais era o meu ultimo ano lá.

-Tudo bem né? Passou!

-Então?

-O que?

-Tá esperando o que pra me dar um beijo?

-Não vou te beijar garoto.

-Ah para de charminho garota. Você nem me trouxe um presente. Acha mesmo que eu vou sair perdendo? Ele me agarrou beijando meu pescoço, por sorte ele estava tão bêbado que consegui o empurrar com facilidade. Saí correndo deixando ele lá caído no chão. Passei por Letícia que me gritava mais não dei atenção.

-E agora? Eu não sei nem onde estou. Essa hora não deve ter ônibus. Estou perdida. Disse pra mim mesma tirando a sandália. Me sentei no meio fio. Era madrugada, a rua estava deserta, alguns minutos depois avistei uns faróis e o medo me consumiu. Vi que o carro estava parando então me levantei com medo. O carro fez alguns barulhos e em seguida parou ao meu lado. Vi um homem descendo mais não me importei, comecei andar.

-Ei! É tarde pra você ficar andando sozinha por ai sabia? Um voz gritava não sei se estava ouvindo demais, mas eu reconhecia aquela voz, ou seria coisa da minha cabeça? Olhei e não, não era coisa da minha cabeça.

-Luan! Disse voltando e parando frente a ele.

-A-Alice? Nossa! Você tá...ele parou e me olhou dos pés a cabeça. -maravilhosa. Ele disse ainda de boca aberta. -Pra onde você tá indo?

-Pra casa, mais nem sei onde estou.

-O que tá fazendo aqui?

-Vim numa festa com a Letícia.

-E cadê ela? Ele olhava pros lados como se a procurasse.

-Eu...tive que sair antes.

-Porque?

-Para de fazer perguntas.

-Nossa eu só quero te ajudar.

-Claro! Você vai me levar pra casa? Perguntei olhando pro rapaz que tentava dar um jeito no carro.

-Luan acabou a gasolina e pelo que eu sei o posto mais próximo é a uns 30 minutos daqui. O rapaz disse.

-E agora cara? Ele parecia nervoso.

-Bom! Você pode ficar aqui e eu vou lá buscar a gasolina.

-A pé?

-É o jeito.

-Cê que sabe cara. Luan disse.

-Então eu vou lá. O rapaz pegou algumas coisas no carro e caminhou em direção ao posto.

-Vem, entra. Ele disse abrindo a porta de trás do carro.

-Eu não vou ficar ai dentro com você. Disse.

-Então fica ai fora. Ele disse e entrou. Por ironia do destino. "Maldito destino." Começou chover.

-Entra logo garota. Ele disse e eu entrei. -Agora me diz. Porque estava andando sozinha na rua essa hora da madrugada?

-Eu não tenho que te dar satisfação.

-Para de ser marrenta. Já disse que quero ser seu amigo.

-Porque? O olhei.

-Porque eu quero ser seu amigo?

-É!

-Não sei ué! Gostei de você. Você é tranquila, apesar de ser chata pra caramba. Ele riu e eu lhe olhei séria. -Você é simples, encantadora, sem contar que é linda.

-E sua namorada me odeia. Completei.

-Essa é uma opinião dela, não minha. Eu não tenho que ser amigo de quem a Thaissa gosta.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Quantas quiser. Ele mexia no cabelo.

-Porque namora ela?

-Ela é legal.

-Ah jura? Fui sarcástica. Você deve ser o único que acha isso. Bom, você e aquele bando que anda com ela.

-Não sei cara! Eu gosto de estar com ela. E você tem namorado?

-Não!

-Mais já namorou?

-Já!

-Quantos anos?

-Quantos anos eu tenho ou quantos anos eu namorei? Perguntei rindo da sua pergunta mal colocada.

-As duas coisas. Ele riu também.

-Eu tenho 16 anos e namorei durante 1 ano.

-E terminou porque?

-Acho que você tá querendo saber de mais já.

-Só quero te conhecer melhor.

-Ele me pegou beijando um guri na festa da escola.

-Safadinha você. Ele ria.

-Para tá. Lhe dei um tapa no braço e ele fez bico.

-Ai ele terminou com você?

-Foi! Mais ainda continua no meu pé. Hoje mesmo ele já veio me encher o saco.

-Você ainda se encontram?

-Ele é meu vizinho.

 -E o cara que você beijou na escola?

-Era o ultimo ano dele lá, depois da festa não nos encontramos mais, até hoje.

-Você viu ele hoje?

-A festa que eu estava era dele.

-E vocês...ficaram?

-Ele bem tentou.

-Como tentou?

-Ele meio que me agarrou, mais como ele estava bêbado foi fácil de me livrar dele.

-Por isso saiu da festa?

-Foi.

Depois daquele "interrogatório" ficamos em silencio, e confesso que até foi bom conversar com ele, ele me pareci diferente do que eu imaginava. Só espero que essa não seja uma tática dele pra me humilhar mais pra frente. A chuva não parava de cair, e com ela vinha o frio. Eu passava as mãos pelos braços na tentativa vã de afastar aquela sensação.

-Toma! Luan disse tirando a blusa e estendendo em minha direção.

-Não precisa. Disse.

-Anda logo menina. Ele colocou a blusa em volta de mim e seu cheiro era...incrível! " Para com isso Alice"

-Você tava vindo da apresentação?

-Aham!

-E como foi?

-Legal! Acho que consegui um patrocínio.

-Jura? Que bom pra você. Você sempre quis cantar?

-Acho que desde que nasci. É meu sonho sabe? Seus olhos brilhavam. -Levar minha musica pra todos os cantos do Brasil. Um dia eu vou conseguir. E você?

-Eu o que?

-Qual seu sonho?

-Eu quero ser modelo.

-Jura? Ele me analisava. Assim de desfile, passarela?

-É!

-Mais não tem que ser magrela pra essas coisas?

-Tá me chamando de gorda garoto? Seu tripa.

-Não! Ele riu. -Só que você não é magrela como as modelos que eu vejo por ai.

-Acho que hoje em dia não tem mais essas coisas não.

-Ah! Nossa essa chuva não passa. Ele disse olhando pela janela.

-E seu amigo está demorando.

-Demais. Pior que ele não levou o celular.

-O jeito é esperar né? Disse.

-É!

O tempo foi passando e nada do cara voltar, fui sentindo meus olhos pesados e apaguei.


Será que Luan tá mesmo se aproveitando pra humilhar Alice depois? Escrevi uns capítulos tão bons aqui, espero que cêis gostem. Tem TANTA coisa acontecendo já cêis nem imaginam kkkkkkk.

4

-O que você quer? Perguntei olhando pra ele.

-Pedir desculpas.

-Pelo que?

-Pelas coisas que a Thaissa te disse.

-Você não tem que se desculpar pelas coisas que sua namorada faz. E outra, nada daquilo me atinge.

-E porque saiu correndo?

-Não sei. Você não devia estar na sala de aula? Que eu saiba sua sala não está em aula vaga.

-Eu vi você entrando aqui e vim te fazer um convite.

-Que convite?

-Não sei se você sabe, mais eu canto.

-Não, não sei.

-Então. Sábado eu vou me apresentar num barzinho aqui na cidade, queria que você fosse.

-Melhor não né, sua namorada pode não gostar da minha presença.

-Ela não vai. Vai estar viajando com a mãe no dia.

-Mesmo assim é melhor não.

-Pensa com carinho por favor. Queria muito que você fosse.

-Porque? Nem nos conhecemos, nem somos amigos nem nada. O que é, vai ficar me rondando pra descobrir coisas sobre mim e contar pra sua namorada.

-Não é nada disso. Eu não gosto de como a Thaissa te trata já até discuti com ela por causa disso.

-Pois não perca seu tempo, não quero ter problemas com ela, se você não sabe minha mãe trabalha na casa dela e eu não quero que ela perca o emprego por minha causa.

-Ela não faria isso.

-Pelo que eu vejo você não conhece muito bem sua namorada. Agora por favor me dá licença que eu preciso estudar.

-Tudo bem. Ele disse levantando. -Só não pense que eu quero seu mal porque eu não quero. Ele disse e saiu.

Era só o que me faltava, criar problemas com a Thaissa por causa desse garoto, vou tentar ao máximo me manter longe dele, se ele acha que vou ver ele cantando está muito enganado, não vou ganhar nada com isso. As duas aulas vagas acabaram então fui para a sala, a ultima aula seria de inglês, minha matéria preferida, a prova seria amanhã e eu já estava por dentro da matéria. No fim da aula, corri pra pegar o ônibus e ir pra casa de dona Raquel, Letícia não poderia me dar carona pois hoje ela tem aula de tênis. Antes de ir pra casa de dona Raquel, passei na farmácia e comprei os remédios da minha mãe, sei que aquele dinheiro estava reservado pra realização do meu sonho, mais a saúde da minha mãe vinha em primeiro lugar. Cheguei, e ela estava na cozinha.

-Oi filha. Ela disse assim que entrei.

-Oi mãe. Aqui. Disse lhe entregando a sacola.

-O que é isso? Ela perguntou abrindo. -Não acredito filha. Como você conseguiu? Não me diga que você pegou seu dinheiro?

-Foi preciso mãe.

-Meu Deus filha. É seu book. Seu sonho.

-Sua saúde em primeiro lugar.

-Eu vou te reembolsar. Ela disse me dando um beijo na testa.

-Não se preocupa com isso. O que eu tenho que fazer hoje?

-Lava a calçada e regue as plantas lá da frente pra mim por favor. Ela disse já tomando o remédio.

-Claro! Cadê a Thaissa e a dona Raquel?

-A dona Raquel saiu e a Thaissa chegou da escola reclamando de cólica e subiu.

-Eu vou trocar de roupa e já vou fazer o que a senhora mando.Coloquei a roupa que levava na mochila sempre que ia pra casa de dona raquel, peguei as coisas que iria usar pra lavar a calçada e regar as plantas. Mangueira, balde, vassoura, sabão, regador, essas coisas e sai. Estava concentrada quase acabando meu serviço quando fui interrompida.

-Alice.  Olhei e era o Luan, quem mais seria e como ele sabia meu nome? Que eu me lembre nunca me apresentei a ele. Deixa pra lá!

-O que quer? Já não deixei bem claro que não quero problemas pro meu lado.

-Eu sou um problema pra você?

-Não! Mais pode vir a ser, e antes que isso aconteça o melhor é evitar.

-Eu não quero te causar problemas poxa, só quero ser seu amigo.

-Meu amigo? Me polpe Luan! Pessoas como você não tem amizades com pessoas como eu.

-Você não dá bola pro que a Thaissa te fala mas você mesma fica se rebaixando.

-Não estou me rebaixando,só sei muito bem onde é o meu lugar e que dar trela pra namorado de filha da patroa não é uma boa.

-A Thaissa não pode escolher minhas amizades.

-Olha! Pra mim já chega. Disse me virando pra pegar as coisas mais acabei me desequilibrando ao tropeçar na mangueira. Se não fosse a agilidade de Luan eu teria caído de cara no chão. Me virei pra agradecer e percebi que nossos rostos estavam muito próximos. Ele olhava fixamente pra minha boca e se eu não tivesse recobrado os sentidos a tempo, o pior teria acontecido.

-Obrigado! Agradeci e me soltei de seus braços.

-Pensei que não fosse agradecer de novo.

-Se quiser que eu chame sua namorada é só pedir.

-Não! Não vim falar com ela. Só estava passando.

-Então tchau. Disse recolhendo as coisas e entrando.

Coloquei tudo na área de serviço e entrei pra cozinha.

-Almoça filha. Eu vou deixar um chá preparado aqui, você leva pra Thaissa por favor? Eu tenho que ir ao mercado.

-Tudo bem mãe. Disse e ela saiu, almocei e assim que terminei coloquei o chá de Thaissa na bandeja e subi, bati na porta e ela me mandou entrar.

-Minha mãe mandou te trazer esse chá. Disse.

-Coloca ali na mesinha pra mim. Ela disse num tom autoritário. Ia me virando pra sair quando ela me chamou.

-O que foi? Perguntei.

-Eu tô de olho em você garota. Ela disse se levantando.

-Não entendi. Disse.

-Eu vi muito bem o que aconteceu lá embaixo.

-Ah viu? Então pede pro seu namoradinho ficar longe de mim.

-Você que tem que ficar longe dele.

-É o que eu mais quero. Mais parece que ele me persegue.

-Se enxerga garota! olha pra você e olha pra mim. Viu a diferença? O Luan tem talento isso é nítido. Um dia ele vai ser um cantor de sucesso, famoso e com quem você acha que ele vai querer aparecer nas capas de revista? Com você ou comigo? Se coloca no seu lugar e fica longe do meu namorado pro seu próprio bem.

-Mais alguma ordem dona Thaissa? Perguntei ironicamente e ela negou com a cabeça. Sai do quarto. Sinceramente eu não sei o que onde eu estava com a cabeça de falar daquele jeito com ela. Não poderia colocar o emprego da minha mãe em risco.

Os dias se passaram, no sábado Letícia me ligou.

-Amiga vamos numa festa hoje?

-Festa? Que festa?

-Do Juninho.

-Que Juninho Letícia?

-Já esqueceu do loirinho de olhos verdes que você ficou na festa da escola ano passado? Ela perguntou rindo.

-Ah esse Juninho? Não sei amiga é festa de gente fina, não é meu lugar.

-Para de besteira tá? Já tô com sua pulseirinha aqui então não tem como recusar.

-Eu nem tenho roupa pra isso Letícia. Esquece. Chama outra amiga sua, sem problemas.

-Minha única amiga é você. E se o problema é roupas, isso não é mais problemas. Ela riu. Vou passar ai na sua casa daqui uma hora, esteja pronta.

-Mais Letícia ainda é uma da tarde. Que festa começa esse horário?

-A nossa. Agora anda garota. Ela disse e desligou antes que eu pudesse falar qualquer coisa. Pedi a minha mãe e ela não se importou. Tomei um banho rápido, coloquei um vestido solto, era o melhor que eu tinha por sinal e uma sandália. Amarrei o cabelo e pronto. Nunca gostei muito de usar maquiagens. Me sentei pra esperar Letícia e lembrei que hoje seria a apresentação do Luan. Bom, já tenho uma desculpa pra não ter ido. Se bem que não precisaria de desculpas, diria que não quis ir  e pronto.

Enquanto esperava Letícia Hugo veio falar comigo.

-Oi Lice. Ele disse se sentando ao meu lado no meio fio da calçada.

-Oi! Disse seca sem nem ao menos olhar pra ele.

-Faz o que aqui sentada sozinha?

-Tô esperando uma amiga. A gente vai sair.

-Entendi! E quando você vai me dar a honra de sair com você de novo?

-Hugo já disse que a gente não tem mais nada. Nosso namoro acabou ano passado, será que é difícil pra você entender que eu não quero mais?

-Eu quem deveria ter ficado com raiva de você, pois foi você quem me traiu. Esqueceu que eu te peguei aos beijos com o cara da sua escola? É porque ele tem dinheiro né? Mais sou eu que te amo Alice. Ele dizia e eu me irritava cada vez mais, avistei o carro de Letícia chegando e me levantei.

-Eu tenho que ir. E por favor me esquece. Entrei no carro, cumprimentei Letícia e o motorista.

-O Hugo ainda no seu pé?

-É o que dá ter ex namorado como vizinho. mais o que você tá aprontando eim? Não é cedo pra ir pra festa? E porque você não tá arrumada?

-Chega de perguntas. Ela disse séria. Fomos o caminho inteiro conversando e enfim chegamos na casa dela.

-O que vamos fazer aqui?

-Nos preparar pra festa. Vou arrumar suas unhas, cabelo, maquiagem. Ela dizia empolgada. -É hoje que o Juninho te pede em namoro. Ela disse me puxando para o quarto dela.

-Sem essa Letícia. Eu não quero chamar a atenção do Juninho, e muito menos que ele me peça em namoro.

-Se não for ele será outro. Ela disse e entramos no quarto. Ficamos o dia inteiro nos preparando, ela fez minhas unhas.

 E depois foi fazer as dela. Descemos pra lanchar, tomamos um banho, ela arrumou meu cabelo, que não sei como ela conseguiu esse milagre pois eu nunca conseguia fazer nada nele. Trouxe um monte de roupas e eu não sabia nem por onde começar. Ficamos horas provando as roupas até que achei o look perfeito. Fui até o banheiro e me vesti.

-Prontinho! Ela disse finalizando minha maquiagem e me virando para o espelho.

-Pode tirar a foto que você colou ai. Disse olhando pra imagem refletida no espelho.

-Que foto garota? Ela ria.

-Essa não sou eu. Nunca!

-Claro que é você.

Me levantei e encarei aquela imagem. Nunca tinha me visto tão linda em toda a minha vida.

-Nossa! Que milagre você fez em mim?

-Você é linda amiga. Só não se enxerga como é de verdade. Agora eu vou me arrumar. Ela disse e entrou no banheiro.

-O que uma bela produção não faz né? Disse ainda me encarando no espelho.

Letícia saiu do banheiro e também estava linda.

-Hoje nós vamos arrasar nessa festa. Ela dizia animada.

-Queria ter seu ânimo.

-Sabia que o Juninho ficou louco quando eu disse que você ia?

-Já disse que não quero nada com ele. A gente deu uns beijinhos aquele dia mais foi só isso.

-Ai amiga para. Ele é lindo, rico, gosta de você, já disse que ele é lindo? Rimos.

-Chega tá? Disse me sentando.

-Porque tá com essa carinha?

-Amanhã seria o dia que eu iria tirar as fotos. Disse triste.

-Amiga vai dar tudo certo. Confia em Deus. Ela sorriu sinceramente. Na hora certa o motorista nos levou até onde seria a festa.

E agora? Alice usou o dinheiro das fotos pra comprar o remédio da mãe, e seu sonho? E essa festinha será que vai acontecer alguma coisa ai? Dona Yana a senhorita andou lendo meu roteiro é isso mesmo? =D. e Thayná Isis o Luan e a Alice tem 16 anos.  Dúvidas? Sugestões? Bora comentar né? 

3

-Não é hora pras suas palhaçadas né Thaissa. Letícia se pronunciou.

-Claro! Ela tem que ir antes que vire abobora né? Eu entendo. Ela e sua corja ria, exceto Luan que permanecia quieto.

-O que você ganha infernizando a vida da Alice?

-E o que você ganha andando com ela? Porque eu não entendo, você é rica, pode ter os amigos que quiser e insiste em andar com essa...filha de empregada. Ela disse como se me analisasse e eu levantei e sai correndo do shopping. Só parei quando ouvi Letícia me chamando.

-Me deixa Lê. Eu vou embora.

-Eu te levo. E não fica assim por conta das coisas que a Thaissa fala.

-Eu só sai pra não ter que ouvir mais. Me leva pra casa? Pedi. Entramos no carro e ela me deixou na porta de casa.

-Vai ficar bem? Ela perguntou antes que eu saísse do carro.

-Vou sim. Respondi com um sorriso forçado. Entrei em casa e minha mãe estava na sala assistindo TV.

-Ainda acordada mãe. Disse me sentando ao lado dela.

-Só tô esperando esse programa acabar e vou me deitar. E como foi no cinema?

-Legal. Cadê a Laís?

-Sábado a noite, onde você acha que ela está? Ela me olhou.

-Entendi. Eu vou me deitar. Dei um beijo nela e fui para o meu quarto. Tomei um banho rápido e me deitei.

No dia seguinte acordei cedo, depois do café fui até a feira com minha mãe, como era de praxe todos os domingos. Compramos tudo o que ela precisa e voltamos pra casa, fui diretamente a geladeira pegar um copo d'água pois estava muito calor e minha mãe se sentou reclamando de algo.

-O que foi mãe? Perguntei colocando o copo na pia.

-Nada filha. Acho que minha pressão caiu por conta do calor.

-Cadê a Laís? Ela poderia medir sua pressão. Perguntei pegando um copo d'água pra ela.

-Ela saiu cedo disse que tinha que fazer um trabalho da faculdade na casa de uma amiga.

-Vem! Eu vou levar a senhora até o sofá. Disse e estendi a mão pra que ela levantasse.

-Não precisa filha. Eu tenho que preparar o almoço. Ela disse se levantando mais se sentou novamente.

-Nada disso! A senhora vai descansar e eu cuido do almoço. Disse a ajudando se levantar e a levei até a sala.

-Você vai cozinhar Alice? Ela perguntou enquanto eu ajeitava sua cabeça numa almofada.

-Eu não passo horas naquela cozinha com a senhora a toa sabia? Disse, perguntei o que ela queria mais ela não respondia.

-Mãe acorda! Mãe pelo amor de Deus acorda. Dava leve tapinhas em seu rosto mais ela não reagia. Peguei o telefone e liguei imediatamente pra ambulância que disseram que chegaria em poucos minutos. Ia ligar pra Letícia mais Laís chegou na mesma hora.

-O que aconteceu? Ela perguntou.

-Não sei. Ela reclamou da pressão e agora não me responde. Disse desesperada e ela pegou em seu pulso.

-Ela só desmaiou. Chama  ambulância. Ela pediu.

-Foi a primeira coisa que fiz. Ficamos esperando e logo eles chegaram. Enquanto eles a examinavam fui até o quarto buscar a bolsa e os documentos dela.  
Eles a colocaram numa maca, a imobilizando e a levaram pra ambulância e nós os acompanhamos. Chegamos no hospital e a levaram direto pra uma sala. Ficamos esperando e eu já não aguentava mais toda aquela angustia.

-Ela vai ficar bem Alice. calma. Laís tentava me tranquilizar.

-Eu só vou ficar calma quando tiver noticias da minha mãe. Disse.

Horas depois o médico apareceu.

-Como tá minha mãe doutor? Perguntei nervosa.

-Agora ela está bem. Foi só uma queda de pressão devido ao calor e ao estresse.

-Ela já pode ir pra casa? Laís perguntou.

-Eu só vou preparar uma receita pra ela e assinar a alta e vocês podem ir. Ele disse.

-Podemos ver ela? perguntei.

-Claro! Eu levo vocês até o quarto. Ele disse e nós o acompanhamos.

-Oi meus amores. Ela disse com a voz fraca.

-Nunca mais me dá um susto desse mãe. Disse chorando.

-Desculpa meu amor. Eu já posso ir embora?

-Daqui a pouco. Laís disse. 
Depois de alguns minutos o médico chegou com os papéis, um era a recita de um remédio que ele disse que ela teria que tomar por 2 meses e se fosse possível começar tomar imediatamente e o outro era sua alta. Ajudei ela se levantar e fomos embora. Passamos na farmácia pra comprar o tal remédio mais nos surpreendemos.

-E agora? É muito caro. Disse.

-Eu só vou receber daqui duas semanas. Não tenho como comprar agora.

-Laís? Disse quase numa suplica olhando pra ela.

-Não olhem pra mim. Eu só tenho o dinheiro de pagar minha faculdade.

-Seria um milagre se você ajudasse né? Olhei pra ela soltando fogos pelas ventas e ela não respondeu.

-Eu vou dar um jeito. Minha mãe disse e fomos embora pra casa. Chegamos e a levei para o seu quarto.

-Eu vou preparar uma sopa pra senhora. Disse assim que ela deitou.

-Obrigado filha. Lhe dei um beijo na testa e sai do quarto. Assim que terminei a sopa levei pra minha mãe e fui para o meu quarto, não havia comido nada o dia inteiro e também não estava com a menor fome. Peguei um pijama e fui tomar meu banho, ali fiquei pensando num jeito de ajudar minha mãe, o médico disse que ela precisava começar tomar os remédios imediatamente. Sai do banho decidida a ajudar. Me vesti e fui para o meu quarto. Laís já dormia, ou fingia que dormia, mais não me importava. No dia seguinte acordei com minha mãe me chamando.

-Já acordei mãe. Disse ainda sonolenta.

-Vou preparar o café. Ela disse e saiu do quarto. 

Como todos os dias tive que esperar Laís sair do banheiro, já que em casa só havia um.  Enquanto esperava ela sair tirei todo o dinheiro que havia guardado na minha caixinha e coloquei dentro da minha mochila. Olhei pra ver quais aulas teria hoje, separei os livros e os guardei também. Ela saiu do banheiro e eu entrei. Tomei um banho rápido, escovei os dentes e sai. Tomei meu café, peguei minha mochila e segui rumo ao ponto de ônibus. A aula foi super tranquila, a professora de biologia passou um trabalho pra próxima semana, teríamos que fazer uma maquete. Odeio biologia e principalmente odeio fazer maquetes. Anotei tudo o que ela falava pra tentar me sair bem nesse trabalho, renderia nota pro fim do trimestre e eu teria que tirar uma boa nota, mesmo todas as outras sendo boas. Depois do intervalo tivemos duas aulas vagas, me despedi de Letícia no corredor, ela foi pra sua sala e eu fui para a biblioteca, aproveitar pra adiantar um pouco o meu trabalho. Estava revirando alguns livros quando percebi alguém se sentando a minha frente.


E ai quem chuta quem se sentou frente a Alice? Dica: Nenhuma kkkkkkk. Mal começou a história e todo mundo já quer matar a Thaissa é isso mesmo? kkkk. Galerinha é o seguinte, essa pessoa que vos fala é a inteligencia em pessoa e quando começou a postar a web não percebeu um pequeno erro. Eu havia salvo os capítulos como rascunho ai fica salvo as datas que os rascunhos foram salvos tenderam? tenderam né. Então Ai tipo o 1° capitulo eu salvei em Maio e postei o "Vai começar" Em junho e o 2° capitulo também em junho. Daí se vc for no 1° capitulo e clicar ali em baixo em postagens recentes automaticamente vai pro "Vai começar" e de lá pro 2° capitulo, acho que vcs entenderam o que que quis dizer né? Espero que sim. Desculpem essa pequena falha.